Impactos da pulverização aérea de agrotóxicos em uma comunidade rural em contexto de conflito

Autores

  • Lucineia Miranda de Freitas Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) https://orcid.org/0000-0001-9468-3292
  • Renato Bonfatti Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
  • Luiz Carlos Fadel de Vasconncelos Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Palavras-chave:

Comunidade rural. Violência. Pulverização. Agroquímicos.

Resumo

Este trabalho buscou analisar o contexto social, institucional e ambiental da contaminação humana e ambiental por agrotóxicos por pulverização aérea através do estudo de caso de uma comunidade atingida, incluindo a possibilidade dos agrotóxicos serem utilizados como arma química em região onde há conflitos por terras e territórios. Como metodologia utiliza-se revisão bibliográfica para compreensão da pulverização aérea, seus riscos, a efetividade, e estudo de caso sobre a pulverização ocorrida no Assentamento Raimundo Vieira III, Nova Guarita . Concluiu-se que, no caso estudado, há indícios de intencionalidade no processo de contaminação, principalmente considerando que estas já vinham sofrendo outras agressões. O estudo mostrou a ineficiência, intencional ou não, dos aparelhos públicos tanto na investigação e responsabilização dos envolvidos quanto no atendimento das pessoas contaminadas. Conclui-se que o método de pulverização aérea é ineficiente com perdas elevadas, só podendo se justificar sua adoção por razões econômicas em detrimento da racionalidade técnica e dos princípios de prevenção e precaução. O Estado não consegue manter efetivamente a fiscalização do uso de agrotóxicos,  há uma ampliação dos riscos vinculados aos agrotóxicos com as mudanças legais que tem sistematicamente ocorrido desde 2015.

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Publicado

2022-07-04

Como Citar

1.
Freitas LM de, Bonfatti R, Vasconncelos LCF de. Impactos da pulverização aérea de agrotóxicos em uma comunidade rural em contexto de conflito. Saúde debate [Internet]. 4º de julho de 2022 [citado 16º de abril de 2024];46(especial 2 jun):224-35. Disponível em: https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5058