Saúde em Debate https://revista.saudeemdebate.org.br/sed <p><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">A revista 'Saúde em Debate', criada em 1976, é uma publicação do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) que tem como objetivo divulgar estudos, pesquisas e reflexões que contribuam para o debate no campo da saúde coletiva, em especial os que tratem de temas relacionados com a política, o planejamento, a gestão, o trabalho e a avaliação em saúde. Valorizamos os estudos feitos a partir de diferentes abordagens teórico-metodológicas e com a contribuição de distintos ramos das ciências.</span></span></span></p> pt-BR revista@saudeemdebate.org.br (Mariana Chastinet) revista@saudeemdebate.org.br (Mariana Chastinet) Wed, 03 Apr 2024 15:43:23 -0300 OJS 3.3.0.8 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 O que querem as mulheres? Saúde e direitos sexuais e reprodutivos https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/9389 Ana Maria Costa, Lenaura de Vasconcelos da Costa Lobato Copyright (c) 2024 http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/9389 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Gadelha CAG, Gimenez DM, Cassiolato JE. Saúde é desenvolvimento: o Complexo Econômico-Industrial da Saúde como opção estratégica nacional https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/9027 <p>O texto é uma resenha</p> Nilson do Rosário Costa, Rafaela Küster Gon Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/9027 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 O coração no yoga: um estudo hermenêutico sobre a ontologia das upaniṣad’s https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8480 <p>O yoga vem passando por um processo de transformações e conformação à racionalidade <br />médico-científica chamado ‘medicalização do yoga’, com afastamento das reflexões acerca do ser presentes na sua fonte védica. Orientado por uma tradição hermenêutica indiana, este ensaio investigou sentidos para os termos hṛdayam (‘coração’) e yoga, frente à atual inserção desta última no âmbito da prevenção cardiovascular. Entre outros significados, yoga é visto como um artifício cognitivo que visa à discriminação entre o real e o aparente. Nessa tradição, a saúde do coração aponta mais para uma condição existencial – da ignorância do Eu – e seus efeitos (egotismo, aversões, desejos etc.) do que para os fatores de risco cardiovascular explorados nas pesquisas e nos cuidados clínicos. Tal visão poderia servir como prevenção quaternária aos efeitos adversos da introjeção e reificação dos fatores de risco, e aponta para outra direção na compreensão e atuação do yoga nos serviços de saúde, destacando a importância de aprofundar reflexões filosóficas sobre o yoga e outras práticas integrativas e complementares presentes no Sistema Único de Saúde (SUS).</p> Léo Fernandes Pereira, Charles Dalcanale Tesser Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8480 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Especialização em Educação Popular em Saúde na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Fiocruz: uma análise sob a ótica dos próprios educandos https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8489 <p>Este estudo objetivou compreender a experiência do curso de Especialização em Educação Popular em Saúde na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sob a ótica dos educandos. Foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas feitas com estudantes do curso (n = 20). Os dados foram interpretados pela análise de conteúdo temática de Bardin. Os resultados compuseram três categorias temáticas: a Pedagogia da Formação, que apresenta a compreensão das estratégias formativas e metodológicas do curso; a Pedagogia do Encontro, que traz as potências que se fizeram no encontro entre as diversidades; a Pedagogia do Movimento, que levanta as implicações do curso para a transformação pessoal e profissional dos participantes. A formação<br />apresentou-se como um potente instrumento de transformação de perspectivas e de práticas, em que o encontro atuou como via de articulação política e de cuidado à saúde.</p> Andressa Cavalcante Paz e Silva, Sonha Maria Coelho de Aquino, Heide Barbosa dos Santos Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8489 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Modelo para avaliação da efetividade da atuação fisioterapêutica na atenção básica https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8749 <p>A pesquisa objetivou elaborar um modelo para avaliação da efetividade da atuação fisioterapêutica na atenção básica. O modelo foi elaborado com base na literatura, em entrevistas com experts envolvidos na atuação fisioterapêutica na Atenção Básica à Saúde e conferência de consenso para validação com especialistas. A matriz avaliativa proposta é composta por três dimensões – ações assistenciais, de gestão e de promoção de saúde – e nove indicadores. Esse modelo proposto será posteriormente aplicado para verificar sua aplicabilidade, necessidade de ajustes e possibilidade de replicação em diferentes contextos.</p> Joyce Ribeiro Rothstein, José Francisco Gontan Albiero, Sérgio Fernando Torres de Freitas Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8749 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Vivência e expectativas de doulas em região brasileira de fronteira https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8386 <p>O estudo buscou compreender a vivência e as expectativas das doulas que atuam ou atuaram em dois municípios de região de fronteira: Foz do Iguaçu e Cascavel, Paraná, Brasil. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa pautada no referencial da Fenomenologia Social. A coleta das informações deu-se<br />por entrevistas com roteiro semiestruturado em língua portuguesa. As entrevistas foram feitas on-line. Os resultados foram classificados em seis categorias: motivação para tornar-se doula, conhecimento sobre o papel da doula, o cotidiano das doulas, abarcando as subcategorias de experiências exitosas e desafios da atividade na região de fronteira, a invisibilidade da doulagem, as expectativas enquanto doulas frente ao cenário obstétrico e o esperado da sua atuação profissional. O estudo permitiu compreender a vivência<br />das doulas e o conhecimento do papel da sua função no Sistema Único de Saúde (SUS), no setor privado e em partos domiciliares, evidenciando a importância da atuação multiprofissional. Foram ponderadas resistências no cenário obstétrico por desconhecimento dos profissionais da assistência sobre o papel da doula. Em relação à atuação na região de fronteira, as doulas relataram o acompanhamento de mulheres paraguaias no Brasil e, com menos frequência, no Paraguai. As barreiras culturais e linguísticas foram destacadas como obstáculos para o exercício profissional em outro país.</p> Larissa Djanilda Parra da Luz, Sebastião Caldeira, Elvira Maria Godinho de Seixas Maciel Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8386 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Avaliação de indicadores sociais e de saúde em municípios de Minas Gerais conforme tipologia rural-urbano https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8449 <p>O presente artigo tem o objetivo de avaliar indicadores sociais e de saúde de municípios conforme a tipologia rural-urbano. Trata-se de estudo ecológico que utilizou dados oficiais de acesso público dos 853 municípios do estado de Minas Gerais, Brasil. Foram conduzidas análises descritivas e bivariadas através da Regressão de Poisson e Teste de Kruskal-Wallis. 547 (64,12%) são municípios rurais. A maior média do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) foi observada entre os municípios urbanos. A maior média de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) foi verificada entre os municípios rurais. Nesses municípios foram demonstrados os melhores resultados para os indicadores de mortalidades infantil, prematura e por causas evitáveis, homogeneidade vacinal e prevalência de desnutrição. Os achados deste estudo evidenciam que uma maior cobertura da ESF está associada a ocorrência de melhores condições gerais de vida e de saúde das populações atendidas em municípios de tipologia rural. Recomenda-se aos gestores de saúde o fomento à consolidação da ESF em comunidades com contextos socioeconômicos e culturais desfavoráveis, como localidades rurais remotas e aglomerados urbanos, e o estabelecimento de ações intersetoriais com impacto positivo na saúde.</p> João Alves Pereira, Renata Fiúza Damasceno, Marta Raquel Mendes Vieira, Alfredo Maurício Batista de Paula, Rafaela da Silveira Pinto, Daniele Lopes Leal, Desirée Sant’Ana Haikal Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8449 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Determinantes Sociais da Saúde dentro e fora de casa: captura de uma nova abordagem https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8590 <p style="margin: 0cm; margin-bottom: .0001pt; text-align: justify;">Este artigo teve como objetivo compreender os Determinantes Sociais da Saúde (DSS), em área <br />periférica de uma capital brasileira, sob a perspectiva de atores sociais e políticos da região. Baseou-se na abordagem qualitativa, com 45 participantes, entre trabalhadores do setor saúde; de sede administrativa regional; vereadores, líderes religiosos e representantes de entidades organizadas do Grande Bom Jardim, Fortaleza (CE). Utilizou-se de análise documental, de grupo focal e de entrevista semiestruturada. Realizou-se análise de conteúdo, englobando as categorias dos DSS e os temas gerais ‘dentro e fora de casa’, analisados com base nas representações sociais. As mudanças positivas se evidenciaram no tema ‘dentro das casas’ dos moradores: alimentação, melhorias advindas de benefícios da política de assistência social, aumento do abastecimento de água e de energia elétrica. No tema ‘fora das casas’, a influência negativa na saúde destacou-se com baixo índice de cobertura de saneamento básico, insuficiência na oferta de transporte público e insegurança. Propõe-se a inclusão de temas sobre segurança, energia elétrica, mobilidade urbana, assistência social e saneamento básico para subsidiar novos estudos sobre determinação social e elaboração de medidas que contribuam para a promoção da saúde e equidade social nos territórios urbanos.</p> <p> </p> <p style="margin: 0cm; margin-bottom: .0001pt; text-align: justify;"> </p> Kelen Gomes Ribeiro, Luiz Odorico Monteiro de Andrade, Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto , Sheila Pires Raquel, Toa Leonor Munoz, Cardoza Santos Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8590 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 A saúde na região do Médio Solimões no estado do Amazonas: a centralidade de Tefé https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8338 <p>Em um cenário rural de várzea amazônica, o estudo investiga a articulação da atenção básica com a atenção especializada. Para isso, adotou-se uma combinação de estratégias dentre entrevistas, levantamento de indicadores de morbidade e sociodemográficos, mapeamento do trajeto intermunicipal e levantamento de despesas em Ações e Serviços Públicos de Saúde. O município de Tefé concentra serviços financeiros, bancários, equipamentos do poder judiciário, educacional, órgãos de controle e segurança que lhe conferem uma centralidade de funções. Contudo, a saúde não considera os fluxos existentes no território para definição de quais munícios tem a rede de Tefé como referência. Além disso, a defasagem dos dados no Sistemas de Informação em Saúde, aliada a ausência do ente estadual no planejamento regional de saúde, apoio para provimento de profissionais especializados, pagamento de insumos e organização do fluxo de referência-contrarreferência na rede tem sido desafios para planejar integralidade da atenção na região, sobrecarregando o município-polo. Os gastos de Tefé em atenção hospitalar foram superiores aos da Atenção Básica nos últimos cinco anos. Apesar do aumento progressivo de despesas em saúde nos municípios analisados, a oferta de serviço para além da Atenção Básica permanece sendo um desafio para o SUS na ruralidade de várzea amazônica</p> Michele Rocha El Kadri, Claudio Pontes Ferreira, Carlos Machado de Freitas Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8338 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Análise da clareza metodológica como dimensão de qualidade do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8383 <p>Este artigo analisa a dimensão de qualidade clareza metodológica do Cadastro Nacional de <br />Estabelecimentos de Saúde (CNES), considerando a abordagem das formas de contratação inseridas no <br />sistema. Trata-se de uma pesquisa documental com abordagem qualitativa, que analisou o CNES e seus <br />documentos. Foram selecionados os documentos que contemplaram os descritores: tabela de vínculos <br />de profissionais e/ou formas de contratação. A partir do conceito adotado para a dimensão de qualidade <br />clareza metodológica, foram delineadas as categorias acessibilidade, conteúdo, variáveis, linguagem e <br />usabilidade. No período de 2005 a 2020, foram publicados 17 documentos. Desses, três documentos se sobressaíram: o Leia-me da versão, a Tabela de Domínios e o Manual de preenchimento do CNES. O <br />site do CNES passava por uma reestruturação, e nem todas as funcionalidades estavam devidamente <br />implementadas. O site atual apresentou uma interface mais moderna e de fácil compreensão. A mudança da variável esfera administrativa para natureza jurídica, em 2015, pode dificultar a análise em série histórica. Evidencia-se que o CNES carece de melhor atenção quanto à clareza metodológica, considerando a abordagem das formas de contratação dos profissionais de saúde, inseridas no sistema.</p> Jeane Grande Arruda de Miranda Coelho, Kátia Rejane de Medeiros, Marciana Feliciano, Simara Lopes Cruz Damázio, Carlos Renato dos Santos Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8383 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Cuidado em saúde ao adolescente em vulnerabilidade ao uso de drogas https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8516 <p>Este artigo trata das adolescências, no plural, como construção histórico-social de um processo <br />dinâmico, e do adolescente perante seus modos de vida e expressão em um contexto histórico-social e <br />singular. Entende-se aqui que ações meramente prescritivas são insuficientes para responder às complexidades dos processos de adoecimento mental na sociedade contemporânea. Objetivou-se compreender o contexto das práticas de cuidado em saúde ao adolescente em vulnerabilidade, diante do uso de drogas, na dimensão das tensões dos campos de práticas do cuidado em saúde. Estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa, que realizou entrevistas com profissionais da área da saúde (Unidade Básica de Saúde e Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil). Destacam-se as tensões no campo de práticas entre o modelo assistencial biomédico e de guerra às drogas versus o psicossocial/comunitário; redução de estigma; acesso; redução de danos e nos atendimentos individuais, bem como a importância de refletir e fomentar o processo de mudança da mentalidade diante do adoecimento mental, visando atualizar as formas de cuidar. Esse processo tem sido realizado conforme os princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira, com avanços e retrocessos que repercutem na atualização das práticas de cuidado em saúde mais alinhadas às propostas de ações psicossociais e redutoras de vulnerabilidade.</p> Grasiella Bueno Mancilha, Amalia Neide Covic Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8516 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Da Rede Cegonha à Rami: tensões entre paradigmas de atenção ao ciclo gravídico puerperal https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8152 <p>Em abril de 2022, o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 715, que altera a portaria de consolidação GM/MS nº 3, de 28 de setembro de 2017, com o objetivo de instituir a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil (RAMI). Tendo em vista a preexistência da Rede Cegonha, também voltada a essa parcela da população, objetivamos analisar os modelos de atenção ao ciclo gravídico puerperal intrínsecos a cada um dos métodos de estruturação organizacional adotados. Para tanto, utilizamos como referencial teórico-metodológico a pesquisa com práticas discursivas, o que nos possibilitou identificar os repertórios relativos a três categorias pré-definidas: os sujeitos, os locais e os agentes da assistência. Em nossa análise, pudemos observar diferenças paradigmáticas entre as duas redes de atenção. A partir de tais distinções, concluímos que a Rede Cegonha está fundamentada em uma concepção de gestação e parto como eventos normais da vida sexual e reprodutiva, enquanto a RAMI se estrutura por meio da ênfase no risco, propondo um modelo centrado no hospital e na figura do médico.</p> Priscila Kiselar Mortelaro, Jessica Fernandes Cirelli, Nadia Zanon Narchi, Edemilson Antunes de Campos Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8152 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Programa Previne Brasil: análise do processo de implementação em um município da região Sul https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8385 <p>Em 2019, o Ministério da Saúde lançou uma nova política de financiamento da Atenção Básica, o Programa Previne Brasil, que tem exigido a adaptação pelos municípios. O objetivo do presente estudo é analisar a implementação do Programa Previne Brasil em um município do Sul do País. A metodologia caracteriza-se como análise de políticas públicas, por meio de entrevistas e análise documental. Os resultados foram organizados em seis subtemas: lei municipal e comissão de avaliação e monitoramento do Programa; sistema de gratificações; mudanças no processo de trabalho; principais dificuldades enfrentadas; participação social; e expectativas futuras para a Atenção Básica. No processo de implementação do Programa Previne Brasil, observam-se mudanças significativas no trabalho das equipes, estimuladas pelo estabelecimento de metas e indicadores, e pelo repasse dos recursos aos profissionais na forma de gratificações individuais. Ao adotarem uma perspectiva gerencialista, as mudanças no financiamento da Atenção Básica apontam para o distanciamento em relação aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde como universalidade, integralidade e participação da comunidade. A implementação do programa em âmbito municipal pode induzir à focalização de ações em saúde, à relativização da análise local da situação de saúde e à centralização do processo de planejamento.</p> Ester Cano Rodrigues, Leonardo Dresch Eberhardt Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8385 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Promoção de Saúde Bucal no trabalho em áreas rurais: ecos de cirurgiões-dentistas https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8604 <p>Estudo compreendeu o trabalho dos cirurgiões-dentistas da Estratégia Saúde da Família, na perspectiva da Promoção da Saúde Bucal (PSB) em território rural. Trata-se de uma investigação transversal e qualitativa. Quatorze profissionais que atuavam em equipes de saúde bucal rurais do estado da Paraíba foram selecionados pela técnica da bola de neve. A coleta dos dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas. Para compreensão e sistematização dos dados, adotou-se a análise de conteúdo temática. O referencial teórico condutor considerou pilares, valores e princípios da Promoção da Saúde (PS). As narrativas revelam conceitos imprecisos de PS, restringindo-os às atividades de prevenção aos agravos bucais. Existem potencialidades e fragilidades nas ações de PSB em áreas rurais. Há desigualdades quanto às unidades de apoio e existem populações rurais sem qualquer assistência aos serviços especializados de saúde bucal. Observou-se envolvimento dos profissionais nas práticas campanhistas e nas metas com gestantes. Existem dificuldades na formação de grupo, e as ações intersetoriais são praticamente resumidas à parceria entre saúde/educação. As realidades são discrepantes frente ao apoio da gestão. Os discursos apontaram para ações de PSB capazes de produzir autoestima e melhorar a qualidade de vida, pautadas na integralidade e nos valores da solidariedade e humanização.</p> Suyene de Oliveira Paredes, Franklin Delano Soares Forte, Maria Socorro de Araújo Dias Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8604 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Perfis profissionais e práticas educativas de saúde bucal na Atenção Primária à Saúde https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8535 <p>Na saúde bucal, ações educativas ainda se fundamentam na transmissão de conhecimentos, com pouco diálogo com a população. Estudo transversal, descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Objetivou-se analisar práticas educativas inseridas no modelo tradicional e dialógico de educação em saúde, identificando motivações e desafios dos dentistas na realização de ações efetivamente dialógicas, críticas e reflexivas. Realizaram-se entrevistas com 39 cirurgiões-dentistas de Fortaleza-CE, os dados submetidos à Análise de Conteúdo, identificando três perfis profissionais: dentista passivo, esforçado e empoderado. No passivo, a educação para adolescentes, a troca de benefícios e a valorização do atendimento <br />clínico foram dificuldades citadas que remetem à culpabilização da população, sem fatores motivadores. A culpabilização também emergiu nos esforçados, com o desinteresse da população, sendo apresentado como motivadores a intersetorialidade, a melhoria da saúde da população e a motivação pessoal. Já os empoderados evidenciaram como desafios a vulnerabilidade e a falta de comprometimento profissional, sendo motivados por ações interprofissionais. A gestão e a pandemia da Covid-19 foram dificuldades comuns, sendo evidenciada a importância da educação permanente, que ainda possui pouco incentivo na difusão de abordagens educativas problematizadoras, além da necessidade de potencializar estratégias de motivação profissional no desenvolvimento dessas práticas.</p> Lílian Fernandes Amarante, Sharmênia de Araújo Soares Nuto, Franklin Delano Soares Forte, Maria de Fátima Antero Sousa Machado, Lizaldo Andrade Maia Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8535 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Fatores contextuais do desempenho do atendimento odontológico para gestantes na Atenção Básica entre municípios baianos https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8844 <p>Este estudo objetivou analisar os fatores contextuais do desempenho do atendimento odontológico para gestante na atenção básica entre municípios baianos.A série temporal com dados secundários dos 417 municípios baianos entre 2018 a 2022.O desfecho foi a meta de suficiência do indicador de proporção de gestantes com atendimento odontológico por município: insuficiente(&lt;60,0%) e suficiente(≥60,0%). As variáveis independentes foram os fatores sociodemográficos(Porte Populacional, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, Produto Interno Bruto municipal per capita - PIB, Índice de Gini da renda domiciliar per capita, Índice de Vulnerabilidade Social e Núcleos Regionais de Saúde) e serviço de saúde(Cobertura de Estratégia de Saúde da Família - ESF e de Saúde Bucal). Realizou-se análise regressão de Poisson uni e multivariada (p&lt;0,05). No último quadrimestre de cada ano houve suficiência no indicador em 2,9%(2018), 2,4%(2019), 5,3%(2020), 37,2%(2021) e 71,2%(2022) dos municípios. Na análise ajustada, no terceiro quadrimestre de 2021, os municípios com menor PIB, e em 2021, e em 2022, maior cobertura de ESF, apresentaram maior chance de atingir a meta.Conclui-se que houve melhora no desempenho do indicador de proporção de atendimento odontológico para gestante ao longo dos anos, e a suficiência foi associada a fatores sociodemográficos e de serviço de saúde entre os municípios baianos.</p> Manoelito Ferreira Silva Junior, Amanda Cristina Laranjeira Saraiva, Patrícia Elizabeth Souza Matos Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8844 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Fatores psicossociais e Transtornos Mentais Comuns no teletrabalho do judiciário trabalhista na pandemia de Covid-19 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8895 <p>O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre os fatores psicossociais no teletrabalho e a prevalência de transtornos mentais comuns em um órgão do judiciário trabalhista brasileiro durante a pandemia de COVID-19. Foi realizado um estudo transversal com 119 magistrados e 934 servidores entre agosto e outubro de 2021. Os fatores psicossociais do trabalho foram avaliados por meio dos domínios de demandas, controle e suporte social da versão revisada do <em>Maastricht Upper Extremity Questionnaire </em>e os transtornos mentais comuns foram avaliados por meio do <em>Self-Reporting Questionnaire</em>. As razões de prevalência de transtornos mentais comuns de acordo com os fatores psicossociais do trabalho foram obtidas por meio de regressão de Poisson com variância robusta. Magistrados e servidores apresentaram prevalências de transtornos mentais comuns de 45,38% e 36,94%, respectivamente, considerando o ponto de corte 6/7. As maiores prevalências de transtornos mentais comuns foram associadas ao trabalho de alta exigência, especialmente quando o suporte social foi mais baixo nos dois grupos. Os resultados deste estudo sugerem ao judiciário e a outros setores a necessidade de desenvolver ações visando à redução das demandas de trabalho e à promoção de suporte social adequado para a preservação da saúde mental no teletrabalho.</p> Fauzi El Kadri Filho, Sérgio Roberto de Lucca Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8895 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Vigilância participativa: caminhos para a Saúde Única no Pantanal e na fronteira oeste https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8759 <p>O projeto “Saúde Única no Pantanal: participação da sociedade na vigilância de emergência de zoonoses como efeito pós-incêndios no território e formação de estratégias integradas” objetivou integrar diferentes representações institucionais e da sociedade local; ampliar o uso do Sistema de Informação em Saúde Silvestre – SISS-Geo para o monitoramento de fauna; identificar áreas prioritárias para vigilância de zoonoses e construir caminhos envolvendo a Saúde Única (SU). A primeira atividade foi a realização do webinário (2021), apontando necessidade da realização de eventos mais amplos com a participação de tomadores de decisão em cada um dos territórios escolhidos. Sendo assim, foram executados seminários e oficinas nos estados de Mato Grosso do Sul (2022) e Mato Grosso (2023). A representatividade dos diferentes segmentos nos eventos, possibilitaram a articulação e aproximação dos cidadãos e gestores locais. Nas comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas e ribeirinhos), foi possível abordar os impactos dos incêndios, além de dar oportunidade para que essas pessoas manifestassem suas prioridades e demandas. A apresentação dos resultados do projeto ocorreu em Corumbá - MS (2023), com a participação de representantes de diferentes instituições e segmentos do Brasil e da Bolívia, prospectando e priorizando enfermidades a serem trabalhadas nessa região fronteiriça, num modelo de SU.</p> Jessica Andrade de Oliveira, Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho, Raquel Soares Juliano, Lucas França de Barros, Pedro Zeno, Alex Pauvolid-Corrêa, Marcia Charme Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8759 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300 Acesso aos contraceptivos e direito à saúde em Angola: experiências de mulher e de farmacêutica https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8775 <p>Este relato apresenta uma proposta do que a escritora Conceição Evaristo chama de “escrevivência” - a escrita da mulher negra, que se mescla com a vivência, relato de memórias e das memórias de seu povo, visando incomodar consciências e ecoar nossas histórias. O “escrever, viver e se ver” da autora é reconhecido também como “escrita da alma”, este lugar onde cada mulher escreve considerando o mundo que vive, uma forma integrada na experiência da escrita. Se propõe fazer uma breve reflexão sobre o acesso aos medicamentos tomando o acesso aos métodos contraceptivos em Angola como experiência da autora em ocasiões específicas e tendo como base a compreensão de que os direitos sexuais e reprodutivos têm papel fundamental na saúde pública, pois a garantia destes afeta diretamente o modo de vida e as características sociais e econômicas da comunidade. Assim, considerar o direito à saúde e a integralidade do cuidado como fundamentais na oferta dos métodos contraceptivos, permite racionalizar recursos e investir nas potencialidades locais.</p> Elisa Dulce João Fundanga Calipi, Fernanda Manzini, Silvana Nair Leite Copyright (c) 2024 Saúde em Debate http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/8775 Wed, 03 Apr 2024 00:00:00 -0300