https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/issue/feedSaúde em Debate2022-07-03T22:34:24-03:00Mariana Chastinetrevista@saudeemdebate.org.brOpen Journal Systems<p>A revista ‘Saúde em Debate’, criada em 1976, é uma publicação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) que tem como objetivo divulgar estudos, pesquisas e reflexões que contribuam para o debate no campo da saúde coletiva, em especial os que tratem de temas relacionados com a política, o planejamento, a gestão, o trabalho e a avaliação em saúde. Valorizamos os estudos feitos a partir de diferentes abordagens teórico-metodológicas e com a contribuição de distintos ramos das ciências.</p>https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/7760Contribuições para um debate estratégico na saúde coletiva: da luta contra os agrotóxicos à necessidade de maior envolvimento no campo agroecológico2022-07-03T22:34:24-03:00Guilherme Franco Nettoguilherme.franco.netto@gmail.comAline do Monte Gurgel Gurgelrevista@saudeemdebate.org.brAndré Campos Burigorevista@saudeemdebate.org.br2022-06-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5045Agrotóxicos, desfechos em saúde e agroecologia no Brasil: uma revisão de escopo2021-04-01T12:48:03-03:00Vanessa Daufenbackvdaufen@gmail.comAdriana Adelladriana.adell@gmail.comMilena Regina Mussoimilenamussoi@gmail.comAdriella Camila Fedyna Furtadoadriellacamilagabrielafurtado@gmail.comShirleyde Alves dos Santosshirleyde.santos@gmail.comDenise Piccirillo Barbosa da Veigavdaufeb@gmail.com<p>A presente revisão de escopo objetivou evidenciar o perfil das pesquisas brasileiras que investigam os desfechos em saúde ocasionados pela exposição a agrotóxicos, procurando entender os principais achados, tais como metodologia empregada, tipo de substância, desfechos em saúde, locais investigados, sugestões de ações e diálogo com a agroecologia. Foi utilizada a metodologia “<em>scoping review</em>”, seguindo o modelo PRISMA-ScR. Dentre os 83 artigos encontrados, 61 estudaram os/as agricultores/as e 22 estudaram outros grupos populacionais. Houve predomínio de estudos primários e quantitativos, seguidos por revisões sistemáticas. Do total, 79 encontraram desfechos, com destaque aos danos hematológicos e genéticos, em sua maior parte causados pela intoxicação por mais de 1 agrotóxico. O maior número de estudos foi realizado na região Sul, seguida do Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Apenas 1 pesquisa sugeriu a transição agroecológica enquanto solução para a problemática. Conclui-se que, frente a um cenário de crescimento do uso de agrotóxicos, se fazem urgentes proposições de ações intersetoriais e que não envolvam somente educação em saúde ou o setor saúde de forma isolada, como sugerem a maioria dos artigos, sendo necessária a articulação entre setores ligados à agricultura, abastecimento, educação, saúde e meio-ambiente.</p>2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4920Caracterização da saúde e saneamento de uma comunidade quilombola no entorno da capital do Brasil: um scoping review2021-03-31T16:14:09-03:00Aurélio Matos Andradeaur87@hotmail.comDiogo Caiafa Moreira Lopes de Fariadiogo.ecologo@gmail.comFellipe Manoel de Sousa Francafelipe.franca@live.comFernanda Reis Ribeirofernandarfernanda@gmail.comMarcelo Fernandes Barbosa de Oliveiramarcellofernandes@gmail.comMarcos André de Matosmarcosmatos@ufg.br<p>A comunidade quilombola Mesquita possui uma identidade intimamente relacionada a terra, todavia, nos dias atuais, as relações entre saúde e saneamento apresentam-se de forma precarizada devido à expansão do agronegócio e do mercado imobiliário. O objetivo deste estudo foi analisar os aspectos de saúde e saneamento da comunidade quilombola de Mesquita da Cidade Ocidental do estado de Goiás, Brasil. Esta revisão integrativa foi estruturada no método de um <em>scoping review</em> elaborado com a finalidade de síntese de evidências auxiliando no direcionamento de políticas públicas e na tomada de decisões práticas para o território. Os principais resultados encontrados nos aspectos de saúde foram a importância da Unidade Básica de Saúde (UBS), da agroecologia e das terapias alternativas. E nos aspectos de saneamento foram o abastecimento de água e o tratamento/disposição de resíduos sólidos. Contata-se que o fortalecimento e interdependência da saúde humana e ambiental, da cultura e ancestralidade da história africana e reconhecimento dos direitos territoriais potencializarão o cuidado coletivo com o suporte de diferentes atores sociais. É notório que o enfrentamento da escravidão no Brasil, ainda existe no quilombo de Mesquita, pela invisibilidade e inassistência refletidas atualmente pelas ações governamentais.</p>2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5048Chácara Bindu, uma experiência de agroecologia, conservação produtiva, educação e saúde2021-07-14T18:18:43-03:00Ximena Morenoxmorenosepulveda82@gmail.comMarcos Trajanotrajano.sesdf@gmail.comAna Paula Milhomemana.milhomem@fiocruz.brAndré Fennerandre.fenner@fiocruz.brVirginia Corrêavirginia.correa@fiocruz.brGislei Knierimgislei.knierim@fiocruz.brNelson Barrosfilice@unicamp.br<p>A crise socioambiental está cada vez mais presente na realidade urbana e rural. A inovação agroecológica neorural pode transformar o paradigma produtivo predominante no campo e nas cidades e propor novas formas de relacionamento entre as pessoas. Além disso, pode contribuir para o desenvolvimento de sistemas alimentares que promovam justiça socioambiental, soberania e segurança alimentar e nutricional, com a criação de territórios saudáveis e sustentáveis. O objetivo deste relato de experiência foi apresentar a comunidade agroecológica da chácara <em>Bindu</em>, que desenvolve tecnologias sociais nas áreas de agricultura, educação e saúde no Distrito Federal. O relato da experiência foi desenvolvido em sete itens relacionados ao processo de criação do organismo socioagrícola e aos princípios de agroecologia, conservação produtiva, educação e saúde, que constituíram o manejo da chácara Bindu. Conclui-se que o vínculo formado com base na confiança e cooperação garantiu a expansão do modelo de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura e a continuidade das entregas de produtos sem insumos sintéticos e sem agrotóxicos, favorecendo o acesso das famílias a alimentos saudáveis e laços de confiança em um contexto de isolamento social imposto pela epidemia da Covid-19.</p>2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5060Vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos: uma proposta intersetorial e participativa2021-03-17T17:44:32-03:00Pedro Costa Cavalcanti de Albuquerquepedro.calbuquerque@hotmail.comPaulo Victor Rodrigues de Azevedo Lirapaulo.alira@gmail.comIdê Gomes Dantas Gurgelide.gomes@fiocruz.brGiselle Azevedo da Rochagiselleazevedo2010@gmail.com<p>Este artigo teve por objetivo analisar a proposta de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos desenvolvida no estado de Pernambuco. Foram selecionados 25 documentos públicos que tratavam das experiências de vigilância desenvolvidas no Sistema Único de Saúde. Em seguida, procedeu-se análise histórica de conteúdo, tendo destaque as categorias da participação social e agroecologia. Foi identificada articulação da proposta com o plano nacional de agroecologia e produção orgânica. Para planejamento das ações, foi formado grupo intersetorial, que contou com a participação de secretarias de agricultura e educação, setores da sociedade civil ligados a agroecologia, movimentos sociais e sindicais. Dentre as ações planejadas pelo grupo, destaca-se a instituição do cadastro de aplicadores de agrotóxicos e entrega da carteira do aplicador pelas equipes de saúde da família, que permite a articulação com programas de educação e assistência técnica. Também foram definidas ações de promoção da saúde em articulação com a agroecologia. A elaboração da proposta em grupo intersetorial proporcionou mais um espaço de elaboração de políticas de saúde para além dos tradicionais conselhos. O instrumento da carteira do aplicador de agrotóxicos proporciona a institucionalização de uma vigilância popular da saúde e pode ser ampliada para outros municípios e regiões do Brasil.</p>2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5041Feiras Orgânicas enquanto política de abastecimento alimentar e promoção da saúde: um estudo de caso2021-02-12T09:21:48-03:00Soraia Martins de Carvalhosoraiamartins@hotmail.comIslandia Bezerra da Costaislandiabc@gmail.comSilvia do Amaral Rigonsilviarigon@gmail.comJulian Perez Cassarinojulianperez7@gmail.com<p>Estudo de caso com o objetivo de compreender o processo organizacional das Feiras Orgânicas em Curitiba-PR (FOC), enquanto política de abastecimento alimentar e de promoção da saúde. Pesquisa de caráter qualitativo, realizada através da análise de documentos institucionais e entrevistas semiestruturadas com feirantes e técnicos da área de abastecimento, informantes-chaves. Destacou-se a importância social desse espaço, enquanto espaço de comercialização de alimentos produzidos sem agrotóxicos e provenientes da agricultura familiar. Um vínculo de solidariedade construído com os consumidores foi observado, constituindo um ambiente de cooperação para a alimentação saudável, de socialização de saberes e de empoderamento dos envolvidos. No entanto, a população de baixo poder aquisitivo manteve-se distante desse consumo, por conta dos preços elevados e da localização distanciada da periferia da cidade. Identificou-se também um risco para a continuidade da comercialização direta com o consumidor, em função de nova política de pagamento pelo uso do espaço a partir de valores considerados elevados para os agricultores. Conclui-se que a busca pela inclusão da agricultura familiar nas Feiras Orgânicas e pela democratização do acesso a esses alimentos devem nortear as políticas de abastecimento, considerando sobretudo a necessidade de soberania e segurança alimentar e nutricional tanto no campo quanto na cidade.</p>2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5053Direitos dos agricultores: o legado de Juliana Santilli na interface entre as relações jurídicas e a agrobiodiversidade brasileira 2021-04-01T11:37:46-03:00Naiara Andreoli Bittencourtnaiara.a.bittencourt@gmail.com2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/7231Porto MF, Rocha DF, Fasanello MT. Saúde, ecologias e emancipação: conhecimentos alternativos em tempos de crise(s)2022-03-03T13:58:53-03:00Guilherme Franco Netto guilherme.franco.netto@gmail.comMariano Andrade Silvamarianoandradesilva@gmail.comAline do Monte Gurgelrevista@saudeemdebate.org.br2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5009Saúde Coletiva e Agroecologia: necessárias conexões para materializar sistemas alimentares sustentáveis e saudáveis2021-07-22T17:26:17-03:00Natália Ferreira de Paulanataliafesr13@gmail.comIslandia Bezerra da Costaislandiabc@gmail.comNilson Maciel Paulanilson.m.paula@gmail.com<p>O artigo traz uma discussão sobre a conexão entre saúde coletiva e agroecologia como promotoras de saúde, como expressão de sistemas alimentares sustentáveis e saudáveis orientados pelo princípio de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional/SSAN. A noção regime alimentar corporativo ou neoliberal orienta a interpretação das transformações do sistema alimentar no contexto da ordem global neoliberal, a partir da qual é também possível detectar suas fragilidades. Assim, atenção é dada a tendências contra hegemônicas impulsionadas por movimentos sociais e formas alternativas de produção e abastecimento alimentar. O regime alimentar neoliberal concentrado no poder das grandes corporações, capazes de capturar o aparelho de Estado, é marcado por práticas desiguais e destrutivas, que expulsam povos dos seus territórios, expropriam a natureza, contaminam solos, água, ar e alimentos, adoecem e matam pessoas e o ambiente. Em oposição, entende-se a agroecologia e a saúde coletiva como campos contra hegemônicos que promovem sistemas alimentares sustentáveis e saudáveis. Dessa forma, baseado nesta análise, é necessário se construir uma base de conhecimento interdisciplinar que dê solidez conceitual e visibilidade a outro sistema alimentar coeso e sustentado nos princípios da soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, no DHAA, na valorização da vida humana e respeito à natureza.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5061Vozes e fazeres do semiárido: convites à descolonização do campo científico, rumo a outras práxis2021-09-20T18:16:33-03:00Raquel Maria Rigottoraquelrigotto@gmail.comMayara Melo Rochamayaramelo@ufrb.edu.brSaulo da Silva Diógenessaulo.diogenes@ufc.brRafaela Lopes de Sousarafaela_lps@hotmail.comAndrezza Graziella Veríssimo Pontesandrezzapontes@uern.brLuana Carolina Braz de Limaluanacarolinabraz@gmail.comAndréa Machado Camurçaandreamcufc@gmail.comMaiana Maia Teixeiramaiana.mteixeira@gmail.com<p>As fronteiras do capital neoextrativista avançam sobre territórios de populações tradicionais, provocando conflitos socioambientais, agravando a crise civilizatória, ameaçando a sustentação da vida no planeta. A Pedagogia do Território, a práxis acadêmica no Núcleo Tramas, traz pistas para que os sujeitos da Universidade incidam na assimetria de forças presente nos territórios em conflito ambiental. Duas experiências iluminam as reflexões deste ensaio. Na luta pela construção do seu território camponês, as vivências das comunidades de Apodi/RN anunciam a Agroecologia como forma de resistir ao ‘Projeto da Morte’. Por sua vez, o Núcleo de Reflexões, Estudos e Experiências em Agroecologia e Justiça Ambiental revelam o protagonismo das mulheres na construção da Agroecologia e na defesa de seus territórios. Sob a perspectiva decolonial, discutimos nossas bases teórico-epistemológicas, que incitam metodologias insurgentes e fomentam o diálogo de saberes, ressignificando os sujeitos cognoscentes. A mediação entre as vozes dos povos do semiárido e o campo científico da Saúde Coletiva provoca-nos a reflexão: quais são os recados desses povos para a academia? Enquanto ainda buscamos possibilidades, os camponeses já têm, há muito, anunciado a Agroecologia como alternativa para produzir, existir harmonicamente na natureza, promover saúde e resistir aos efeitos da colonialidade.</p> <p> </p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5002Toxicologia critica aplicada aos agrotóxicos - perspectivas em defesa da vida2021-03-18T06:42:47-03:00Karen Friedrichkarenfriedrich@hotmail.comAline do Monte Gurgelalinemgurgel@hotmail.comMarcia Sarpammello@inca.gov.brCheila Nataly Galindo Bedorcheila.bedor@univasf.edu.brMarília Teixeira de Siqueiramsmariliats70@gmail.comIdê Gomes Dantas Gurgelide.gomes@fiocruz.brLia Giraldo da Silva Augustolgiraldo@uol.com.br<p>A toxicologia é aplicada aos processos regulatórios tendo como base central a linearidade das relações entre a dose e o efeito e a possibilidade de estabelecer condições de exposição seguras. Isso ocorre apesar das limitações apontadas pela literatura cientifica. A concepção, a definição das metodologias e a condução da avaliação de risco dos agrotóxicos acaba por atender aos interesses econômicos e a definição de cenários de segurança distantes da realidade. As limitações metodológicas dos estudos exigidos para fins de registro de um agrotóxico envolvem: a desconsideração das interações entre as misturas utilizadas; a não previsão de curvas dose-resposta não lineares (horméticas); a compartimentalização dos desfechos analisado; a exposição nos períodos críticos do desenvolvimento e a desconsideração do contexto, das diversidades individuais, coletivas e dos territórios expostos aos agrotóxicos, dentre outros aspectos discutido nesse ensaio. A Toxicologia crítica propõe que a avaliação toxicológica deva partir da integralidade do problema no contexto apresentando propostas que podem ser adotadas nos processos de regulação de agrotóxicos e outras substâncias potencialmente perigosas.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5077Soberanía Alimentaria, una estrategia terapéutica para recuperar la salud ante el avance del extractivismo agroindustrial2021-03-18T06:57:54-03:00Damián Verzeñassidamianverze@yahoo.com.arLucía Enríquezluenriquezgen@gmail.comAlejandro Vallinivallini.alejandro@gmail.comGabriel Kepplgabrielkeppl@gmail.com<p>Las formas de extractivismos se multiplican y diversifican, transformando de manera radical los territorios donde se instalan, como expresión del pensamiento de la modernidad insustentable y del pensamiento colonialista. Esto nos ha llevado a una crisis ambiental-civilizatoria con diversas expresiones en sus distintos campos. Dentro de los mismos, se encuentran las tensiones y desafíos al interior del campo del conocimiento científico académico. En el artículo se describen y analizan los aportes de la perspectiva de la Ecología Política Latinoamericana y la Salud Colectiva, a través de las categorías de Territorio, Salud Socioambiental, y Soberanía alimentaria para la comprensión de los procesos salud-enfermedad-atención-cuidado en los contextos actuales.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5072Saúde Mental, Direitos Humanos e Justiça Ambiental: a Quimicalização da Vida como uma questão de violação aos direitos humanos decorrente da intoxicação institucionalizada2021-04-01T11:25:33-03:00Eduardo Torreeduardo.torre33@gmail.comPaulo Amarantepauloamarante@gmail.com<p class="western" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Este trabalho tematiza o problema das consequências sócio-sanitárias e ambientais do círculo vicioso que liga violação de direitos, insegurança alimentar e intoxicação institucionalizada, principalmente em relação aos efeitos sobre a Saúde Mental decorrentes dos contaminantes ambientais e dos agrotóxicos, considerados como uma questão de violação de direitos humanos. O modelo predatório do capitalismo pós-industrial nasceu vinculado a fatores centrais, como: a agricultura químico-dependente, a medicalização social e a Transição Nutricional, associadas à mercantilização perversa dos recursos naturais. A expansão de monoculturas de larga escala com uso de agroquímicos e pesticidas, a expansão da indústria farmacêutica e da tecnificação médica, e a expansão do modelo de alimentação industrial aditivada são consequências associadas a esses fatores que estão interligados. E este processo é permitido de forma institucionalizada e legalizada e vêm produzindo múltiplas violações de direitos humanos e o aprofundamento de diversas formas de intoxicação e adoecimento: esse modelo pode ser denominado de paradigma da </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>quimicalização da vida</em></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">.</span></span></p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5036Bases e horizontes teórico-metodológicos para Promoção da Saúde e resistência camponesa: um exemplo em Lavras-MG2021-05-26T20:18:50-03:00Pedro Henrique Barbosa Abreupedro.abreu@ufop.edu.brHerling Gregorio Aguilar Alonzoalonzo@unicamp.br<p>O agronegócio vem historicamente promovendo a submissão da produção, economia e vida das famílias camponesas, gerando graves danos sanitários a essa parcela da população brasileira. No entanto, a resistência do campesinato frente a esse secular processo evidencia que a organização das famílias e comunidades camponesas e o resgate participativo dos conhecimentos agroecológicos locais podem fundamentar estratégias de Promoção da Saúde que busquem mudanças concretas nesse contexto sanitário vulnerável. O objetivo deste trabalho é analisar pilares que fundamentaram o processo capitalista de submissão camponesa no Brasil e também abordagens teórico-pratico-epistemológicas que permitem sua superação. Para isto, são apresentados tanto referenciais para pesquisas e ações que subsidiem famílias e comunidades camponesas num processo social de autorreconhecimento, autovalorização e utilização dos seus conhecimentos e suas práticas para uma transição agroecológica emancipatória, quanto a experiência de Promoção da Saúde desenvolvida por meio desses referenciais em Lavras-MG. A estrutura metodológica participativa apresentada permitiu o desenvolvimento, nesse município, dos passos iniciais e fundamentais de um processo social de organização camponesa em torno de seu modo de vida e economia, tendo a Agroecologia como fator determinante para a saúde e para a construção de um contexto mais justo, favorável e promissor.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4997Agroecologia e Saúde Coletiva na construção dos agrotóxicos como problema de saúde pública no Brasil2021-06-09T12:59:43-03:00Bráulio Silva Chavesbrauliosc1@gmail.comLucas Araújo Dutra Rodrigueslucasaraujodutra@gmail.comDenise Nacif Pimentapimentadn@gmail.com<p>A publicação do ‘Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde’ movimentou um amplo debate público sobre o enquadramento dos agrotóxicos como problema de saúde pública, em razão de seus efeitos nocivos na saúde humana. Este ensaio tem por objetivo analisar o papel desta publicação como um ponto de inflexão, ao promover uma arena de debate que reposiciona diversos atuantes que pactuam um consenso, ainda que instável e profundamente combatido por setores dominantes, sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde. Argumenta-se que o documento hibridizou seus sentidos, ao visibilizar pesquisas e dados sobre o assunto e também ao se constituir como um documento-manifesto. Tal efeito é problematizado a partir do papel que a Agroecologia assumiu no texto, apropriada como um lugar de reunião de forças diante da disputa travada com os arranjos vitais da formação econômica, agroexportadora e dependente do Brasil. Assim, por meio da abordagem CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), discute-se o tortuoso e complexo processo de construção histórica e sociológica de um problema de saúde pública e como o ‘Dossiê’ contribuiu para reconfigurar um campo de batalha que tem na Agroecologia um espaço próprio que congrega cientistas e movimentos sociais para juntos transformarem a realidade.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5125Da pandemia para a agroecologia: construindo um novo paradigma socioecológico2021-04-05T14:14:59-03:00Carolina Burle de Niemeyercarolina.niemeyer@gmail.comVicente Carvalho Azevedo da Silveiraaquario.vicente@gmail.com<p>A pandemia por Covid-19 exacerbou as crises social e ambiental em andamento. Neste ensaio crítico, enfatizamos o impacto do neoextrativismo e em especial do agronegócio nesse processo e reivindicamos a urgência de uma transição para uma nova ontologia socioecológica como único caminho possível para a manutenção da vida e do futuro (próximo) do planeta. A partir de um questionamento sobre o retorno à (a)normalidade, dialogamos com o debate sobre alternativas em disputa na América Latina, para evidenciar como movimentos sociais de viés agroecológico do Brasil vêm transformando a crise em oportunidade por meio da construção de “utopias concretas” que avançam na pavimentação de um novo paradigma Eco-social.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5006Contrapontos e inconsistências do discurso da produtividade do agronegócio e suas externalidades sob a ótica do biopoder2021-04-14T12:50:09-03:00Rafaela Corrêa Pereirarafacpereira@gmail.comPaula Bernardes Machadopmachadonutricao@gmail.comMichel Angelis-Pereiradeangelis@ufla.br<p>Este ensaio se propõe à análise crítica do agronegócio, buscando construir um modelo teórico compreensivo tendo como referência o conceito de biopoder de Foucault. Propõe ainda contribuir para as discussões de alternativas sustentáveis e de combate às ações que promovem e flexibilizam o uso de agrotóxicos. Argumenta-se que o agronegócio, apesar de ter tido sua imagem construída por discursos que ressaltam sua eficiência e produtividade, impõem barreiras que impedem a garantia da segurança alimentar e nutricional. Pelo uso intensivo de agrotóxicos, também não disponibiliza alimentos seguros e de qualidade, ao mesmo tempo que impacta o meio ambiente e compromete a saúde da população, somado aos seus impactos políticos, econômicos, sociais e culturais. A análise sob a ótica do biopoder destaca que a atuação da indústria agroquímica e de alimentos, enquanto normatizadoras e geradoras de consumo, desconsidera princípios morais e éticos, infringe direitos humanos e a autonomia dos sujeitos. Paralelamente, propõe-se que, por meio da educação popular e a educação alimentar e nutricional, consegue-se, em longo prazo, construir sujeitos e coletividades autônomos e críticos, capazes de transformar as estruturas de poder vigentes e agir em prol de políticas públicas que fomentem práticas justas, saudáveis, sustentáveis e éticas.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4990Exposição a agrotóxicos e desenvolvimento de câncer no contexto da saúde coletiva: o papel da agroecologia como suporte às políticas públicas de prevenção do câncer 2021-03-29T04:33:59-03:00Marcia Sarpamarciasarpa@gmail.comKaren Friedrichkarenfriedrich@hotmail.com<p>Atualmente, a agricultura brasileira é caracterizada pelo crescente consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos, se inserindo no modelo de produção baseado nos fundamentos do agronegócio. As novas técnicas de cultivo baseadas no agronegócio resultaram na expansão das monoculturas sobre os ecossistemas naturais, com o consequente desmatamento, desequilíbrio e perda da biodiversidade; e o aumento da contaminação do solo, da água e do ar pelos agrotóxicos. No que tange à saúde humana, a literatura científica tem demonstrado que a contaminação química decorrente do uso de agrotóxicos na agricultura implica em adoecimento dos trabalhadores rurais expostos ocupacionalmente aos agrotóxicos, dos moradores da área rural, além de consumidores de alimentos contendo resíduos de agrotóxicos. Dentre os efeitos sobre a saúde humana associados à exposição aos agrotóxicos, os mais preocupantes são as intoxicações crônicas, caracterizadas por infertilidade, abortos, malformações congênitas, neurotoxicidade, desregulação hormonal, imunotoxicidade, genotoxicidade e câncer. Sendo assim, nesse ensaio, vamos apresentar uma revisão narrativa com dados presentes na literatura científica nacional e internacional referentes a associação entre a exposição aos agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer no contexto da saúde coletiva e o papel da alimentação saudável e da agroecologia como política pública na prevenção do câncer.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5001Covid-19 e a fome: reflexões sobre um futuro agroecológico 2021-03-15T11:13:32-03:00Letiane de Souza Machadoletianemach@gmail.comEdna Linhare Garciagrupadunisc@gmail.com<p>A pandemia de Covid-19 gerou grande impacto sobre a sociedade e a economia, desnudando as faces da desigualdade no Brasil, e traçando um caminho em direção a fome e a insegurança alimentar e nutricional. Desde fevereiro de 2020, com notificação do primeiro caso no país, as medidas de isolamento social e <em>lockdown</em> aumentaram as taxas de desemprego e desalento, assim como o fechamento de feiras locais, que concediam acesso aos alimentos frescos às periferias, elevando o preço dos gêneros <em>in</em> <em>natura</em> e aumentando o consumo de produtos industrializados. Essas questões trazem a reflexão da fragilidade das cadeias de produção e consumo, que são longas, dependentes de insumos externos e de infraestrutura para o transporte. Na perspectiva de subsidiar estratégias de enfretamento à fome, acesso a comida e mudanças na lógica da produção alimentícia, esse texto disserta sobre a potencialidade das práticas agroecológicas nesse contexto, entendendo que a agroecologia tem em seus princípios a liberdade, autonomia e saúde, dialogando com os conceitos de soberania alimentar e da luta pela equidade.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5068Os agrotóxicos no contexto da Saúde Única2021-03-29T18:32:18-03:00Edaciano Leandro Loschedacianoleandro@hotmail.comCaroline Bedin Zanattacarolinebedinzanatta@gmail.comGiuliano Perreira de Barrosgiuliano.barros5@gmail.comMarília Carla de Mello Gaia marilia.gaia@ufsc.brPatrizia Ana Bricarellopatrizia.bricarello@ufsc.br<p> A industrialização da agricultura e da pecuária, além de gerar um ambiente propício à disseminação de agentes infecciosos, é responsável pelo uso generalizado de diversas substâncias tóxicas que afetam a saúde humana, animal e ambiental. O objetivo deste estudo foi promover a reflexão sobre o uso de agrotóxicos e medicamentos veterinários como elementos de debate na construção da Saúde Única. Para isso, foi realizada uma revisão exploratória literária de artigos, livros e documentos oficiais disponíveis em plataformas de banco de dados. A discussão inclui as problemáticas do uso de substâncias tóxicas em plantas e animais. Aborda, também, como os resíduos oriundos de sua utilização impactam a qualidade de alimentos, ar, solo, água com consequências à saúde humana. Embora essa discussão seja escassa na temática de Saúde Única, é fundamental que, além da participação da sociedade civil organizada, gestores públicos assegurem, por meio de políticas públicas, maior segurança e controle na utilização de substâncias tóxicas na agricultura e na pecuária.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4933Tão perto e tão longe: trajetória da agroecologia na agenda brasileira de políticas públicas 2021-03-14T23:25:53-03:00João Mendes da Rocha Netojmdrn@uol.com.br<p>Entendida como uma mudança paradigmática, a agroecologia foi incluída na agenda de políticas públicas do Estado brasileiro só muito recentemente. Cumpriu uma interessante trajetória, em meio a disputas, constituindo um arranjo de governança e construiu instrumentos relevantes, mas não foi capaz de reunir condições para seu fortalecimento, desde o ano de 2016, com indícios que apontam para uma extinção. Diante do exposto o objetivo do artigo é discutir essa trajetória de ascensão e extinção, tomando por base suportes teóricos e elementos do ambiente político institucional que sugerem a fragilização como uma etapa antecedente da extinção. Para a elaboração do artigo foi realizada uma revisão bibliográfica com autores de diversos campos do conhecimento que possibilitaram problematizar o objeto, além disso, foi feito um levantamento junto a fontes oficiais no sentido de caracterizar a política da agroecologia, seus instrumentos de gestão e governança, e por fim, documentos oficiais e outros acontecimentos recentes que indicam seu enfraquecimento. Nesse sentido, o artigo concluiu que o curto percurso feito pelo arranjo institucional da agroecologia, se mostrou uma experiência exitosa, mas não o suficiente para resistir a agendas conservadoras dos governos recentes.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5055Territórios tradicionais de vida e as zonas de sacrifício do agronegócio no Cerrado 2021-04-01T12:05:30-03:00Raquel Maria Rigottoraquelrigotto@gmail.comValéria Pereira Santosvaleria_sants@yahoo.com.brAndré Monteiro Costaandre.monteiro@fiocruz.br<p>A imensa sociobiodiversidade do Cerrado brasileiro pode ser compreendida a partir dos modos de vida construídos pelo amplo leque de povos e comunidades tradicionais em suas relações com o bioma, do qual são guardiãs. Nas últimas décadas, projetos de desenvolvimento promovem ali acelerado avanço do agronegócio<em>, </em>expropriando terras, privatizando águas, contaminando o ambiente e ameaçando ou inviabilizando modos de vida tradicionais. Neste ensaio, partimos da percepção de mulheres de Campos Lindos/TO, sobre as consequências trazidas às suas vidas e saúde por empresas produtoras de soja. Em seguida questionamos a constituição do Cerrado como zona de sacrifício do desenvolvimento brasileiro, ao concentrar terras para a produção de 75% de quatro <em>commodities</em> agrícolas, desmatar mais de 50% da vegetação nativa, exaurir aquíferos e levar rios à morte, contaminar o ambiente com 73,5% dos agrotóxicos consumidos no Brasil, trazendo implicações para o processo saúde-doença (como intoxicações agudas, más formações, cânceres, desnutrição, adoecimento mental) e para outros biomas do Brasil e países da América do Sul. Concluímos perscrutando alternativas na perspectiva dos comuns, do decrescimento, dos direitos da natureza e do bem viver, instigando reflexões da Saúde Coletiva e Agroecologia sobre a contribuição dos saberes e fazeres tradicionais à saúde e à emancipação humana.</p>2022-07-03T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5067Territórios indígenas e determinação socioambiental da saúde: discutindo exposições por agrotóxicos2021-07-14T18:09:37-03:00Francco Antonio Neri de Sousa e Limafranccoantonio@gmail.comMarcia Leopoldina Montanari Corrêamarcialmontanari@gmail.comSilvia Angela Gugelminsigugel@gmail.com<p>As etapas que envolvem a cadeia produtiva de commodities agrícolas produzem possibilidades <br />diferenciadas de vulnerabilidade nas populações, afetando a situação de saúde dos povos indígenas. O uso de agrotóxicos é uma atividade intrínseca aos monocultivos. A exposição a essas substâncias gera desfechos negativos agudos e crônicos na saúde humana e contaminação no ambiente. De modo a contribuir com o debate no campo da Saúde Coletiva, o texto direciona as discussões ao estado de Mato Grosso, onde estão <br />vários povos indígenas, enfrentando a produção de commodities e desfechos em saúde relacionados com os agrotóxicos. Para isso, recorremos à determinação socioambiental do processo saúde-doença, organizando uma matriz de indicadores que enfatizam as escolhas e as omissões do Estado nas questões ambientais, <br />incorporando historicidade nos processos de adoecimento. Os impactos da cadeia de commodities agrícolas e as exposições por agrotóxicos em territórios indígenas são um problema intersetorial que se vincula a violação de direitos humanos, direito à terra, à saúde e à segurança alimentar e nutricional. As respostas <br />devem ser consideradas em uma perspectiva articulada entre os setores econômico, político, ambiental e da saúde, com participação e decisão da população indígena nas etapas dos processos.</p>2022-07-03T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4964Exposição aos agrotóxicos, condições de saúde autorreferidas e Vigilância Popular em Saúde de municípios mato-grossenses2021-06-09T12:52:42-03:00Wanderlei Antonio Pignatipignatimt@gmail.comMariana Rosa Soaresenf.marianasoares@gmail.comStephanie Sommerfeld de Laralarassmt@gmail.comFrancco Antonio Neri de Souza e Limafranccoantonio@gmail.comNara Regina Favanararegina.fava@gmail.comJackson Rogério Barbosajackbarsc@gmail.comMarcia Leopoldina Montanari Correamarcialmontanari@gmail.com<p>O estudo analisou o perfil sociodemográfico e condições de saúde da população residente em municípios matogrossenses entre 2016 e 2017. Trata-se de estudo quali-quantitativo de base populacional, autorreferido. Foram entrevistados moradores adultos, com base em questionário estruturado com 172 questões, referentes às informações familiares e individuais. Foram aplicados 1.379 questionários válidos, totalizando 4.778 indivíduos. A maioria referiu morar em áreas urbanas em distâncias inferiores a 1 km das áreas de lavoura (98%), baixa escolaridade (43%), renda média abaixo de 3 salários mínimos (68%) e utilizar agrotóxicos de uso doméstico (71,8%). As morbidades mais citadas foram: problemas respiratórios, intoxicações agudas, transtornos psicológicos, doenças renais e cânceres. Identificou-se subnotificação de intoxicações por agrotóxicos, de 1 para 20 casos em Campos de Júlio; 1 para 77 casos em Campo Novo do Pareces e 100% de subnotificação em Sapezal. Foram encontradas associações entre as variáveis sociodemográficas e de exposição aos agrotóxicos e as morbidades referidas, considerando o p-valor=0,005 e nível de significância de 95%. O uso crescente de agrotóxicos associado a cenários políticos e econômicos favoráveis aos interesses do agronegócio, demonstraram a necessidade de desenvolver estratégias de Vigilância Popular em Saúde, evidenciando os impactos negativos deste modelo de produção na saúde humana e ambiental.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4969Entre denunciar y aguantar. Sojización, plaguicidas y participación en salud ambiental en Uruguay2021-03-25T13:52:42-03:00Victoria Evia Bertullovicevia@gmail.com<p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Desde principios de la década del 2000 se ha desarrollado una expansión de cultivo de soja transgénica en el Conosur que ha implicado un incremento exponencial de los volúmenes de plaguicidas utilizados en la región. Desde las ciencias sociales se ha enfatizado el análisis de los conflictos socio-ambientales para resistir ante los diversos problemas que conlleva este modelo productivo. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-weight: normal;">Uruguay, aunque menos visible en los debates internacionales, no estuvo ajeno a dicho proceso. Este artículo tiene como objetivo introducir el caso uruguayo en el debate regional sobre los problemas ocasionados por la expansión de plaguicidas asociada al avance de la sojización y discutir las posibilidades de la participación social en salud ambiental como forma de resistencia. La metodología combina un estudio etnográfico en el núcleo agrícola del país con análisis documental</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">. Se discuten los resultados a la luz de la antropología médica crítica, evidenciando que si bien </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-weight: normal;">las denuncias son mecanismos que permiten visibilizar públicamente los problemas ocasionados por el uso de plaguicidas, </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">en el marco de las relaciones de hegemonía - subalternidad que estructuran las relaciones sociales en una economía agraria </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-weight: normal;">los </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">alcances y límites de la participación social en salud ambiental las trascienden.</span></p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4900Consumo e impactos de los agrotóxicos en Colombia: comunidades envenenadas2021-06-13T20:56:46-03:00Lina Marcela Meneses Cabreramarce15120@hotmail.com<p>Los agrotóxicos ampliamente usados en el mundo, han provocado muertes y enfermedades letales en los seres vivos, en el caso de Colombia, un país productor de agrotóxicos, las consecuencias se avizoran en diferentes comunidades, pero sus estudios han sido limitados, lo que no permite obtener un panorama real de las consecuencias que deja el modelo de revolución verde en el país, sin embargo, los resultados de intoxicaciones del instituto nacional de salud y algunos trabajos académicos, permiten presentar una mirada sobre el consumo de agrotóxicos y sus impactos en la salud y en el ambiente, lo cual es objeto de este artículo, presentado inicialmente un contexto general de la desigualdad social y el acceso a tierra en Colombia, así como las principales empresas y sus ventas en Colombia, finalmente la recopilación investigativa sobre impactos ambientales y en la salud.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4624As mulheres lavradoras e os agrotóxicos no cotidiano da agricultura familiar2021-05-25T17:53:44-03:00Amália Oliveira Carvalhoamaliacarvalho@hotmail.comHerling Gregorio Aguilar Alonzoalonzo@unicamp.br<p>Considerando a invisibilidade do trabalho feminino no cenário da agricultura familiar, este trabalho tem como objetivo descrever e analisar a relação da mulher com os agrotóxicos no processo de trabalho. Esta pesquisa qualitativa foi realizada com agricultoras familiares de São Miguel Arcanjo/SP, e tem como material de análise o conteúdo das entrevistas com as quatorze mulheres agricultoras, segundo adaptação dos conceitos de Bardin. Os conteúdos das falas das entrevistadas foram organizados e delineados em duas categorias analisadas no corpo deste trabalho. Foi possível inferir que a mulher desempenha atributos historicamente designados à figura masculina, como as práticas do capinar, da colheita e da manipulação de agrotóxico, embora desprovida do direito a acesso à informação e orientação necessários para o desempenho do seu labor com segurança. A prática do agronegócio adentra as propriedades familiares, pautada na produção dependente de agrotóxicos, e é relatada por elas de maneira não naturalizada. Identificam os agrotóxicos como venenos, que estão contaminando a si, os alimentos e o habitat de todos os seres vivos. No mais, as Lavradoras transportam-se para além do cercado do quintal. Reivindicam o reconhecimento da sua profissão, exercendo seus lugares de fala com a dignidade que o agropatriarcado insiste em lhes negar.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5069Uso de agrotóxicos e saúde de trabalhadores rurais em municípios de Pernambuco 2021-06-30T17:42:44-03:00Glaucia Pessoaglauciadspessoa@gmail.comPedro Costa Cavalcanti de Albuquerquepedro.calbuquerque@hotmail.comGeiziane Silva Cotrimgeiziane_cotrim@hotmail.comAline do Monte Gurgelalinemgurgel@hotmail.comPaulo Victor Rodrigues de Azevedo Lirapaulo.alira@gmail.comIdê Gomes Dantas Gurgelide.gomes@fiocruz.brAdriana Guerra Camposftadrianaguerra@gmail.com<p>Desde 2013, Pernambuco desenvolve o Plano de Vigilância em Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos, cujas estratégias incluem o cadastro de trabalhadores rurais aplicadores de agrotóxicos, realizado pelas Equipes de Saúde da Família. Com o objetivo de descrever as características do uso de agrotóxicos, o perfil dos trabalhadores atuantes com essa prática e as condições de saúde que os constitui foram analisados, no período de janeiro de 2015 a agosto de 2019. Realizou-se estudo transversal, descritivo, em que as variáveis selecionadas foram organizadas em quatro grupos: 1) Características sociodemográficas; 2) Condições de saúde; 3) Características do uso do agrotóxico; e 4) Princípios ativos mais utilizados e suas categorias de análise. Os resultados evidenciam que, entre os aplicadores de agrotóxicos, encontram-se pessoas menores de idade, idosas, analfabetas, sem treinamento e sem Equipamento de Proteção Individual; a utilização de agrotóxicos proibidos e classificados como extremamente tóxicos; e a comercialização de agrotóxicos sem o controle adequado. Além de apontar caminhos mediante a análise do cenário apresentado, esta pesquisa indica a urgência de articulação intersetorial para a efetividade da <br />promoção e proteção da saúde dessa população. </p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5021Empoderamento e construção coletiva de estratégias ante vulnerabilidades e situações de risco no uso de agrotóxicos2021-08-04T10:20:11-03:00Cheila Nataly Galindo Bedorcheila.bedor@univasf.edu.brCristiano Almeida Bastos Cristianoabastos@gmail.comMonize da Silva Cavalachemonizecavalache@hotmail.comRosimeire Morais Cardeal Simãorosecardeal@hotmail.com<p>Esse artigo tem como objetivos descrever as vulnerabilidades e situações de riscos relacionados ao uso de agrotóxicos e suas implicações na saúde dos trabalhadores rurais do município de Miguel Calmon-BA e dar subsídios a comunidade para a construção coletiva de estratégias de enfrentamento dessa problemática. O estudo é do tipo descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido com 98 trabalhadores rurais Como instrumento foi utilizado questionário que abordava questões acerca das características sociodemográficas, patológicas, condições de trabalho e exposição a agrotóxico. Os resultados apontam que os trabalhadores rurais apresentam baixa escolaridade e baixa renda familiar. Cerca de 60% referiram utilizar ou já ter utilizado agrotóxicos em suas plantações, desses 11% referiram já ter sofrido intoxicação e 80% relataram algum sintoma relacionado ao uso de agrotóxicos. Mesmo com cerca de 40% dos agricultores não utilizando agrotóxicos apenas 28% se referiram ter conhecimento sobre agroecologia ou produção orgânica. Uma roda de conversa foi realizada com a presença de vários atores do município com o objetivo de instigar a comunidade a elaborar estratégias de enfrentamento aos problemas elencados levantando várias estratégias para contrapor a produção convencional, principalmente, entre ao agricultores que desconhecem modelos mais sustentáveis.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4476Investigando os olhares da saúde coletiva sobre a agroecologia2021-03-09T17:28:38-03:00Lorena Portela Soares lorenaportelasoares@gmail.comRosely Magalhães de Oliveira rosely@ensp.fiocruz.brDanielle Ribeiro de Moraes arq.drm@gmail.com<p>A agroecologia tem sido um objeto no campo da saúde coletiva/pública de maneira crescente nas duas últimas décadas no Brasil. Conforme o tema ganha relevância, importa verificar como o campo tem abordado agroecologia, tendo em vista a persistência de tendências à redução, normatização e esvaziamento na apropriação de conceitos pelo campo. Artigos científicos da saúde foram analisados por procedimentos da análise de conteúdo e da análise do discurso, atentando aos sentidos e temas mais recorrentes e também às ausências nas abordagens sobre agroecologia. Resultados mostram que abordagens instrumentais da saúde coletiva tendem a se associar à vertente mais técnica da agroecologia; silenciamentos sobre legitimidade da origem ‘tradicional’/’indígena’/’popular’; ao protagonismo das mulheres na construção do conhecimento agroecológico; à importância histórica de movimentos populares na constituição do campo; e, ainda, ao reconhecimento da agroecologia enquanto um campo científico que, como a saúde coletiva, está em disputa. São feitas considerações sobre a redução da agroecologia a um sistema ecológico de produção que ‘naturalmente promove saúde’ e possíveis repercussões para cooptação da pauta agroecológica pelos discursos hegemônicos. Reflete-se sobre a importância da apropriação crítica de conceitos no diálogo entre os campos.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5043Cultivo Biodinâmico de Plantas Medicinais em Agroflorestas na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis: uma proposta pedagógica de formação-ação 2021-03-11T16:38:23-03:00Gislei Siqueira Knierimgislei.knierim@fiocruz.brVirginia da Silva Corrêavirginia.correa@fiocruz.brNelson Filice de Barrosfilice@unicamp.brMarcos Antonio Trajano Ferreiratrajano.sesdf@gmail.comXimena Soledad Moreno Sepúlvedaxmorenosepulveda@gmail.comAna Paula Andrade Silva Milhomemana.milhomem@fiocruz.brAndré Luiz Dutra Fennerandre.fenner@fiocruz.br<p>A formação-ação no contexto da Saúde Coletiva pode ser estratégica para a resistência a esse modelo de agronegócio deletério e excludente, pois engendra um conjunto de práticas que modificam não somente a maneira de sentir, pensar e agir em relação aos usos da terra, e fortalecem o movimento agroecológico, práticas integrativas complementares de cuidado e as formas solidárias, democráticas e inclusivas de se relacionar com a natureza. A formação-ação: Cultivo Biodinâmico de Plantas Medicinais em Agroflorestas na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis no Distrito Federal nasce da confluência de outras experiências associada à necessidade de construir estratégias para a formação de profissionais e comunidades relacionados a ações em saúde para a promoção de territórios saudáveis e sustentáveis, constituído de bases teórico-metodológicos que envolvem educandos, educadores e comunidades, e articula diferentes categorias de análise para a construção e ressignificação do conhecimento, e conta com ferramentas pedagógico-metodológicas baseadas na Pedagogia da Alternância e organizadas em tempos distintos do processo de ensino-aprendizagem. A matriz Curricular com 2 módulos: Desenvolvimento, Ciência e Saúde e Agrofloresta, Arranjos produtivos e Saúde. A formação é um meio de transformar a realidade local, de promover a saúde, de dialogar com as comunidades e de reconhecer os territórios.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5020Compra de alimentos da agricultura familiar para a alimentação escolar: a situação do Rio Grande do Norte2021-02-23T12:38:59-03:00Letícia Gabriella Souza da Silvaleticiagabrielasouza@hotmail.comGenyklea Silva de Oliveiragenyklea@yahoo.com.brClelia de Oliveira Lyraclelia_lyra@yahoo.com.brLiana Galvão Bacurau Pinheirolianagbpinheiro@gmail.comRenata Alexandra Moreira das Nevesrenalexn@hotmail.comMaria Angela Fernandes Ferreiramangelaf50@gmail.com<p>Objetivou-se caracterizar o cenário da aquisição dos alimentos provenientes da Agricultura Familiar (AF) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) nos municípios do Rio Grande do Norte. Pesquisa avaliativa com delineamento ecológico, utilizando dados do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 2017 e 2018. Avaliaram-se 31 municípios, analisando o percentual de aquisição de alimentos da AF para a alimentação escolar, além das possíveis dificuldades nesse processo, utilizando variáveis relacionadas com governança e gestão, estabilidade e disponibilidade de alimentos. Dos municípios avaliados, mais de 50% adquiriram alimentos da AF no ano anterior e afirmaram a compra no ano atual. Todos relataram empregar o modelo de gestão centralizada, 29% declararam aquisição menor que 30%, 9,7%, aquisição acima de 30%, e 61,3% não souberam informar. Quanto às principais dificuldades relacionadas com governança e gestão, a articulação intersetorial e o edital de chamada pública ganharam destaque. Sobre a estabilidade de alimentos, destacaram-se as condições higienicossanitárias necessárias, e em relação à disponibilidade de alimentos, a aquisição de alimentos orgânicos mostrou-se como uma dificuldade elencada por 80,6% dos municípios.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4977Desigualdade espacial na compra de alimentos da agricultura familiar para alimentação escolar no Brasil2021-03-17T20:26:14-03:00Genyklea Silva de Oliveiragenyklea@yahoo.com.brAna Emília Galvão e Silva Holanda anaemilia_galvao@yahoo.com.brMaria Arlete Duarte de Araújomariaarlete1956@gmail.comJavier Jerez-Roigjavier.jerez@uvic.catMaria Angela Fernandes Ferreiraangelaf50@gmail.com<p>O objetivo do estudo foi analisar o cumprimento do uso de no mínimo 30% dos recursos do PNAE para a aquisição dos gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar no Brasil, no período de 2013 a 2016. Trata-se de uma pesquisa avaliativa com delineamento ecológico. A coleta de dados foi realizada através de dados públicos disponibilizados no FNDE. Foram construídos mapas temáticos e de correlação espacial para análise da distribuição espacial da compra e realizada análise de tendência. Verificou-se que o percentual de municípios que cumprem com a exigência legal de compra passou de 34,3% em 2013 para 43,7% em 2016, com maior número de municípios na região sul do país com 72,5%, enquanto que apenas 26,1% no Centro-Oeste, 27,4% no Norte e 31,6% no Nordeste. A região Sul se destaca quando comparada as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (p =<0,001). Já a análise de tendência dos recursos orçamentários anuais da união mostrou um crescimento médio de 30,8% (IC = 13,2-51,1). Conclui-se que houve um aumento progressivo na compra direta de alimentos da agricultura familiar para alimentação escolar no Brasil de 2013 a 2016, embora de maneira desigual nas diferentes regiões do país.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5050Exposição infantil aos agrotóxicos: avaliação de alimentos representativos da dieta de crianças do município do Rio de Janeiro2021-05-24T18:40:18-03:00Angélica Castanheira de Oliveiraangelicacastanheira@yahoo.com.brLucia Helena Pinto Bastoslucia.bastos@incqs.fiocruz.brMaria Helena Wohlers Morelli Cardosohelena.wohlers@incqs.fiocruz.brArmi Wanderley da Nóbregaarmi.nobrega@incqs.fiocruz.br<p>Alimentação adequada durante os primeiros anos de vida é requisito fundamental para a saúde e tem repercussões em todos os ciclos da vida do indivíduo. Diversos trabalhos científicos associam efeitos nocivos à saúde com exposição aos agrotóxicos. Foram avaliados alimentos do cardápio do programa de alimentação escolar da educação infantil do município do Rio de Janeiro quanto à presença de resíduos de 299 agrotóxicos. A seleção dos alimentos baseou-se na frequência de consumo conforme os cardápios semanais da rede municipal de ensino. A análise de resíduos de agrotóxicos por Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas sequencial em 140 amostras (leite, cereais infantis, banana, maçã, mamão, laranja, feijão e arroz) identificou 423 detecções de 61 agrotóxicos diferentes. Mais de 70% das amostras apresentaram múltiplos resíduos de agrotóxicos, indicando potencial risco à saúde infantil, que precisa ser uma preocupação prioritária da saúde pública. A alimentação escolar deve garantir, além da nutrição, inocuidade dos alimentos oferecidos às crianças, sendo necessário fortalecer a agroecologia com incentivos e políticas públicas, ampliar a aquisição de alimentos orgânicos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar e verificar os impactos toxicológicos dessa alimentação sobre a saúde das crianças, buscando proteção e promoção da saúde coletiva.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5039A comercialização de agrotóxicos e o modelo químico-dependente da agricultura do Brasil 2021-03-24T10:55:40-03:00Suellen Dayse de Moura Ribeiro Nerissuellenribeiro.sr@gmail.comMarília Siqueira de Teixeiramarilia.teixeira@upe.brIdê Gomes Dantas Gurgelide.gomes@fiocruz.brGeorge Tadeu Nunes Dinizgeorge_tadeu@yahoo.com.br<p>Com o objetivo de analisar a comercialização de agrotóxicos no Brasil, suas regiões e estados, desenvolveu-se uma série temporal, entre 2000 a 2014. Foram utilizados os dados sobre vendas de agrotóxicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal. A comercialização de agrotóxicos foi calculada como o quociente da quantidade de ingredientes ativos, em quilogramas, e a área plantada das principais lavouras, em hectares, anualmente nos estados e regiões. Os programas Excel e R foram utilizados para processamento e análise dos dados. Para análise de tendência utilizou-se a regressão linear com nível de significância de 5%. Observou-se tendência à elevação da comercialização em todas as regiões do país no período (p<0,001), com o maior registro no Sudeste (4,88 kg/ha/ano), e o maior incremento nas regiões Norte e Nordeste. As maiores médias de vendas, em kg/ha/ano, ocorreram em São Paulo (8,43), Goiás (5,34) e Mato Grosso (4,92). O maior incremento de vendas por estado no período ocorreu no Acre (99,52%), Piauí (94,19%) e Distrito Federal (91,55%). Tornam-se imperativas medidas de regulação, fiscalização e normatização contra o agravamento da situação de saúde da população e contaminação do ambiente.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5058Impactos da pulverização aérea de agrotóxicos em uma comunidade rural em contexto de conflito2021-06-28T07:21:11-03:00Lucineia Miranda de Freitaslumifloresta@gmail.comRenato Bonfattirenato.bonfatti@gmail.comLuiz Carlos Fadel de Vasconnceloselfadel@globo.com<p>Este trabalho buscou analisar o contexto social, institucional e ambiental da contaminação humana e ambiental por agrotóxicos por pulverização aérea através do estudo de caso de uma comunidade atingida, incluindo a possibilidade dos agrotóxicos serem utilizados como arma química em região onde há conflitos por terras e territórios. Como metodologia utiliza-se revisão bibliográfica para compreensão da pulverização aérea, seus riscos, a efetividade, e estudo de caso sobre a pulverização ocorrida no Assentamento Raimundo Vieira III, Nova Guarita . Concluiu-se que, no caso estudado, há indícios de intencionalidade no processo de contaminação, principalmente considerando que estas já vinham sofrendo outras agressões. O estudo mostrou a ineficiência, intencional ou não, dos aparelhos públicos tanto na investigação e responsabilização dos envolvidos quanto no atendimento das pessoas contaminadas. Conclui-se que o método de pulverização aérea é ineficiente com perdas elevadas, só podendo se justificar sua adoção por razões econômicas em detrimento da racionalidade técnica e dos princípios de prevenção e precaução. O Estado não consegue manter efetivamente a fiscalização do uso de agrotóxicos, há uma ampliação dos riscos vinculados aos agrotóxicos com as mudanças legais que tem sistematicamente ocorrido desde 2015.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4648Fim dos benefícios fiscais aos agrotóxicos, sustentabilidade da agricultura e a saúde no Brasil2021-05-26T14:18:25-03:00Wagner Lopes Soaressoareswagner7219@gmail.comLucas Cunhalucas.nevesc@gmail.comMarcelo Firpomarcelo.firpo@ensp.fiocruz.br<p>O presente artigo avalia o fim dos benefícios fiscais dados aos agrotóxicos, tendo como base a Ação de Inconstitucionalidade (ADI 5553). Com base no último levantamento censitário (IBGE, 2017), avaliamos o impacto da aplicação de alíquotas de ICMS e o IPI sobre a lucratividade do estabelecimento agropecuário segundo diferentes cenários. Um aumento de 15% nos preços dos agrotóxicos geraria um impacto nos custos e na lucratividade em cerca de R$4 e R$6,8 bilhões (-7%), respectivamente. O que representa um valor de quase R$10 bilhões a menos do calculado por um estudo similar para um cenário de aumento de preços equivalente. Discutimos não só os resultados de impacto na renda do produtor, mas também a capacidade da função extrafiscal do imposto em regular o uso dos agrotóxicos e redirecionar possíveis mudanças na tomada de decisão sobre os métodos de controle de pragas, viabilizando a transição para uma agricultura mais sustentável e saudável. Concluímos que, independente do resultado do julgamento da ADI 5553, o problema das externalidades negativas decorrentes do uso de agrotóxicos não se esgota com o fim dos incentivos fiscais, pois dependem da formulação de uma política pública que garanta a defesa da saúde da população e a sustentabilidade. </p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/5031Territórios Saudáveis e Sustentáveis (TSS) no Distrito Federal: agroecologia e impacto dos agrotóxicos2021-08-16T18:12:19-03:00André Fennerandre.fenner@fiocruz.brVicente Eduardo Soares de Almeidavicentalmeida@gmail.comKaren Friedrichkarenfriedrich@hotmail.comAna Paula Milhomemana.milhomem@fiocruz.br<p>O modelo agrícola predominante no Brasil apresenta disparidades sociais, econômicas e ambientais acentuadas. Tal cenário consiste num grande desafio para o avanço da agroecologia, um dos caminhos apontados pelas Nações Unidas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o desenvolvimento territorial de forma sustentável. Assim, o presente estudo teve como objetivo a análise dos limites e desafios na implantação de estratégias territoriais sob a ótica dos Territórios Saudáveis e Sustentáveis (TSS), tendo como eixo estruturante a controvérsia agroecologia x agrotóxicos. O ensaio foca sua análise na Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) do Distrito Federal e Entorno, na forma de pesquisa do tipo prospectiva, com revisão de literatura e recolha documental pertinente. Conclui-se que, a despeito do seu potencial, são escassas as informações sobre a temática, especialmente na efetividade e eficácia da estratégia de implantação dos TSS e o uso da agroecologia como suporte. O estudo conclui ainda que há a necessidade de aprofundar a realização de novas pesquisas e a construção de novas estratégia de intervenção territorial sob a ótica dos TSS.</p>2022-07-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debatehttps://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/4992O caráter pandêmico dos desastres socioambientais e sanitários do agronegócio2021-02-06T21:02:46-03:00Wanderlei Antonio Pignatipignatimt@gmail.comMariana Rosa Soaresenf.marianasoares@gmail.comMarcia Leopoldina Montanari Correamarcialmontanari@gmail.comLuis Henrique da Costa Leãoluisleaoufmt@gmail.com<p>O processo de produção do agronegócio químico-dependente é um dos maiores geradores de riscos, desastres socioambientais e sanitários de caráter pandêmico. Ele atua na determinação social da saúde-doença-danos ambientais, levando a situações críticas, riscos e vulnerabilidades, exploração humana, intoxicações agudas e crônicas e degradações ecológicas como efeitos de suas formas danosas de estabelecer inter-relações entre produção-ambiente-sociedade. O setor tem contribuído diretamente para a crise ecológica e sanitária globalizada ao dar origem a sindemias, insegurança alimentar, contaminação das águas, alimentos além de produzir doenças infecciosas novas e/ou reemergentes. Neste ensaio crítico, com base nos estudos do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso, demonstram-se diferentes elementos ameaçadores, destrutivos, degradantes e violadores do direito à saúde dos trabalhadores e ambiental nos principais elos da cadeia produtiva do agronegócio. Em seguida, utilizando também análises de documentos públicos, normativas do Estado e dados de sistemas de vigilância em saúde, evidenciam-se os processos de contaminação de alimentos e água decorrentes dos agrotóxicos, bem como apresenta-se uma crítica às tendências políticas que giram em torno do agronegócio. Por fim, destaca-se a necessidade premente de uma transição agroecológica enquanto resposta às doenças e às sindemias do agronegócio.</p>2022-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Saúde em Debate