As práticas corporais como dispositivos da biopolítica e do biopoder na Atenção Primária à Saúde

Autores/as

  • João Batista de Oliveira Junior Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Márcia Grisotti Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • George Saliba Manske Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
  • Rodrigo Otávio Moretti-Pires Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) https://orcid.org/0000-0002-6372-0000

Palabras clave:

Medicalização. Atenção Primária à Saúde. Atividade física. Estratégia Saúde da Família

Resumen

Este trabalho teve como objetivo analisar de que maneira as práticas corporais podem servir como
instrumentos de controle dos corpos na Atenção Primária à Saúde, avaliando os discursos de profissionais da saúde que compõem uma Unidade Básica de Saúde, a partir dos conceitos de biopoder e biopolítica levantados por Michel Foucault. Trata-se de um estudo qualitativo, caracterizado como um estudo de caso. Foram realizados cinco grupos focais, um com a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e quatro com as equipes de Saúde da Família. Para a apreciação dos dados foi utilizada a Análise Temática. A pesquisa revela uma aplicação das práticas corporais ainda pautada em uma matriz biomédica, voltadas para a prevenção, o controle e o tratamento de doenças, com foco nas crônicas não transmissíveis. Tais práticas acabam por configurar dispositivos do biopoder e da biopolítica na Atenção Primária à Saúde, como controladoras dos corpos e como componentes estratégicos de uma medicalização social. No entanto, ao fim, também aponta para as possibilidades de exercícios de resistência e fissuras nas relações de poder estabelecidas nas práticas corporais, tomando-as potências de recriação de outros sentidos, para além daqueles hegemônicos, calcados em discursos biologicistas.

Publicado

2022-06-27

Cómo citar

1.
Junior JB de O, Grisotti M, Manske GS, Moretti-Pires RO. As práticas corporais como dispositivos da biopolítica e do biopoder na Atenção Primária à Saúde. Saúde debate [Internet]. 27 de junio de 2022 [citado 22 de diciembre de 2024];45(128 jan-mar):42-53. Disponible en: https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/3863

Número

Sección

Artículo Original