Neoextrativismo, garimpo e vulnerabilização dos povos indígenas como expressão de um colonialismo persistente no Brasil

Autores

  • Marcelo Firpo de Souza Porto Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
  • Diogo Rocha Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Palavras-chave:

Povos indígenas. Mineração. Economia ambiental. Desenvolvimento e meio ambiente.

Resumo

O artigo, em forma de ensaio, defende que as ameaças de vulnerabilização mais recentes contra os povos indígenas, intensificados no contexto da pandemia de Covid-19, refletem um colonialismo persistente. Este se atualiza no contexto da inserção semiperiférica do Brasil no sistema- mundo capitalista, neoliberal e globalizado como exportador de commodities produzidas pelos dois setores estratégicos do neoextrativismo, a mineração e o agronegócio. O modelo neoextrativista beneficia principalmente grupos transnacionais e elites nacionais com grande poder econômico e político, além do próprio setor financeiro. Além disso, estabelece conexões com o submundo dos circuitos inferiores e ilegais vinculados a setores como o garimpo, e incluem desde práticas de violência até a lavagem de dinheiro com a participação de grupos locais que, nos últimos tempos, vêm assumindo crescendo poder político e institucional. Tais grupo fazem parte do complexo mosaico do fortalecimento de ideologias de extrema-direita nos últimos anos no cenário nacional que vêm reunindo alianças. O artigo tem por base experiências de pesquisa colaborativa nos últimos anos com o povo Munduruku na região do Médio Tapajós junto com reflexões sobre a atual expansão de agenda política anti-indígena.

Publicado

2022-07-06

Como Citar

1.
Porto MF de S, Rocha D. Neoextrativismo, garimpo e vulnerabilização dos povos indígenas como expressão de um colonialismo persistente no Brasil. Saúde debate [Internet]. 6º de julho de 2022 [citado 22º de dezembro de 2024];46(133 abr-jun):487-500. Disponível em: https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/6580