Organização da Atenção Primária à Saúde em Municípios Rurais Remotos do Oeste do Pará
Palavras-chave:
Saúde da população rural, Atenção Primária à Saúde, Serviços de saúde, Estratégias de saúdeResumo
O artigo objetiva identificar especificidades e estratégias da organização da Atenção Primária à Saúde (APS) em municípios rurais remotos (MRR) do Oeste do Pará frente singularidades do contexto amazônico. Realizou-se estudo de casos múltiplos, em cinco municípios, com entrevistas com gestores municipais, enfermeiros e médicos equipes de saúde da família. As dimensões de análise foram: territorialização, escopo de práticas e organização da agenda, colaboração interprofissional, iniciativas de atração e fixação profissional e uso de tecnologias de informação e comunicação. O trabalho da APS nos MRR, principalmente no interior, organiza-se prioritariamente em atendimentos, procedimentos individuais e imunização. Enfermeiros, técnicos de enfermagem e ACS do interior possuem escopo de ações ampliado, muitas vezes, por ausência de médicos. Além do impacto positivo do Programa Mais Médicos, destacam-se estratégias locais de atendimentos itinerantes e sobreaviso para urgência. A territorialização, central na discussão de territórios sustentáveis e saudáveis, deve ser dinâmica e exige arranjos diferenciados, com adequação do número de famílias por ACS/equipes. Estratégias específicas para organizar uma APS integral e integrada à Rede de Atenção à Saúde, financiamento federal suficiente e diferenciado e formação profissional direcionada ao rural, são necessárias para garantir acesso e qualidade dos serviços a todos os cidadãos.
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