Esquizofrenia, modelo biomédico e a cobertura da mídia

Autores

  • Antonio Henrique Ferreira Melo Caps AD III Antônio Carlos Mussum https://orcid.org/0000-0002-3535-0452
  • Fernando Freitas Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Palavras-chave:

Transtornos mentais. Esquizofrenia. Meios de comunicação de massa. Saúde mental.

Resumo

A esquizofrenia, marcada por alterações significativas na percepção da realidade e, em muitos casos, pelo declínio social e ocupacional, continua sendo um  desafio etiológico e terapêutico. A despeito de  décadas em investigações científicas sobre suas  possíveis causas, apenas modestos avanços foram alcançados. Atualmente, as pesquisas indicam que a  esquizofrenia é uma condição complexa e que sua etiologia é multifatorial. No entanto, o modelo  biomédico em saúde mental, caracterizado pela ideia  de que transtornos mentais são doenças do cérebro,  frequentemente procura delimitar a esquizofrenia aos seus aspectos biológicos, menosprezando a influência do ambiente. A concepção de transtornos mentais  como doenças cerebrais tem repercutido na  população em geral, que, em parte, é informada sobre o tema a partir da divulgação científica pela mídia  tradicional. O objetivo do artigo é analisar como as causas da esquizofrenia têm sido divulgadas pela mídia impressa. Para tanto, a partir de uma Análise de  Discurso Crítica, foi conduzida uma busca no acervo  digital dos três maiores jornais brasileiros, de maneira a evidenciar quem é convocado a falar sobre a  esquizofrenia e quais as principais explicações causais  divulgadas ao público. Os resultados mostram um  domínio do discurso biomédico e um enfoque em  aspectos genéticos e neuroquímicos da esquizofrenia.

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Publicado

2023-05-15

Como Citar

1.
Melo AHF, Freitas F. Esquizofrenia, modelo biomédico e a cobertura da mídia. Saúde debate [Internet]. 15º de maio de 2023 [citado 21º de novembro de 2024];47(136 jan-mar):96-109. Disponível em: https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/7747

Edição

Seção

Artigo Original