Política dos (des)afetos identitários: interface psicanalítica da democracia liberal e políticas públicas

Autores

Palavras-chave:

Identidade. Autoavaliação (psicologia). Democracia. Política pública.

Resumo

Este texto tem como objetivo refletir, teoricamente, sobre (des)afetos identitários nas democracias liberais, com seus reflexos na efetivação de políticas públicas, enquanto demandas humanas e sociais. A partir da perspectiva psicanalítica, sob o viés da filosofia fenomenológica de Paul Ricoeur, analisa como as sociedades modernas, movidas pela política do desamparo, ainda se mostram dependentes de um núcleo teológico-político, dentro de uma visão patriarcal-religiosa de mando à semelhança de uma autoridade onipotente. Diante disso, assinala a importância de (re)pensar a desconstrução desse modelo, trazendo a figura do sujeito capaz de falar, agir, narrar e se responsabilizar, como base para a consolidação do sujeito de direito, por considerar os possíveis impactos deletérios nas políticas públicas e suas legítimas demandas sociais, lastreadas no humanismo jurídico e nos direitos humanos. Essas políticas, pelo viés de uma psicologia crítica, ficam sob sérios riscos de desmonte dessas suas bases estruturantes, quando uma personalidade autoritária, narcísica e superegoica, movida por seus caprichos ideológicos, com a qual indivíduos alienados se identificam, ocupa o poder e se julga senhor de tudo aquilo que é bom ou mau para um povo, determinando o que será objeto de proteção de seu poder e o que não merece dele nenhuma atenção.

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Publicado

2023-05-28

Como Citar

1.
Silva J da S, Kublikowski I. Política dos (des)afetos identitários: interface psicanalítica da democracia liberal e políticas públicas. Saúde debate [Internet]. 28º de maio de 2023 [citado 22º de dezembro de 2024];47(137 abr-jun):242-55. Disponível em: https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/7732

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Artigo Original