Nem crioulo doido nem negra maluca: por um aquilombamento da Reforma Psiquiátrica Brasileira

Autores

  • Emiliano de Camargo David Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  • Maria Cristina Gonçalves Vicentin Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) https://orcid.org/0000-0003-1718-6721

Palavras-chave:

Racismo. Hospitais psiquiátricos. Saúde mental.

Resumo

Considerando que o manicômio é uma instituição e uma lógica de dominação racista, que serviu (e ainda serve) para o encarceramento da população negra brasileira ao longo dos anos, esse artigo discute racismo e manicomialização. Para tanto, por meio de revisão de literatura, discutimos  o racismo científico brasileiro e a ideologia de branqueamento, como uma experiência manicomial racista (fora do sistema asilar); o atrelamento entre raça negra e loucura no Brasil em três períodos: o século XIX, no Hospital Nacional de Alienados, com as experiências de Dr. Henrique Roxo; as primeiras décadas do século XX, com Dr. Pacheco e Silva e a Liga Paulista de Higiene Mental no Hospital do Juquery; e os anos 2000 com o Censo Psicossocial de Moradores em Hospitais Psiquiátricos Próprios e Conveniados pelo Sistema Único de Saúde do Estado de São Paulo. Enquanto considerações finais, trazemos à tona a urgente necessidade da implementação de práticas antirracistas na Rede de Atenção Psicossocial e, propomos a descolonização da Reforma Psiquiátrica Brasileira enquanto tarefa antimanicomial contemporânea.

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Publicado

2020-10-23

Como Citar

1.
David E de C, Vicentin MCG. Nem crioulo doido nem negra maluca: por um aquilombamento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Saúde debate [Internet]. 23º de outubro de 2020 [citado 19º de abril de 2024];44(especial 3 out):264-77. Disponível em: https://revista.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/3850